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 É no município de Cocal dos Alves, localizado no sertão piauiense, que está a escola estadual do Piauí que apresentou o melhor desempenho no Enem 2014. Com a média 553.9, a Escola Augustinho Brandão subiu 636 posições no ranking nacional em relação à edição passada do exame.
A escola, onde a maioria das famílias dos alunos dependem do Bolsa Família para sobreviver, desbancou escolas privadas de Teresina, como o Colégio Madre Savina e o Colégio Mérito D'Martonne. Cada uma obteve 553.8 e 553.7, respectivamente.
A escola Augustinho Brandão há anos se destaca no cenário nacional por conta da qualidade do ensino ofertado na unidade escolar. O colégio acumula, inclusive, a incrível marca de 172 premiações na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
O professor Antônio Amaral, um dos principais nomes que contribuem para esse sucesso, avalia que o resultado da escola no Enem 2014 é satisfatório porque oportuniza aos alunos a chance de escolherem os cursos em que eles realmente querem estudar no ensino superior.
"Nós consideramos que estamos conseguindo oferecer um padrão de qualidade aos alunos, apesar de dificuldades", comenta Amaral. O professor é otimista e aposta que a tendência é que nos próximos anos o desempenho da escola melhore cada vez mais.
"Há três anos, começamos a ter o ensino fundamental na nossa escola. Estamos oferecendo uma educação de base e a expectativa é que quando esses alunos chegarem ao ensino médio eles irão obter resultados mais satisfatórios ainda", acredita o professor. 
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Nordeste tem melhores escolas de grande porte
Segundo o Inep, se consideradas as instituições de grande porte (com mais de 90 alunos que fizeram o Enem), onde mais de 80% dos alunos que também fizeram o exame cursaram todo o ensino médio (alto índice de permanência) e têm estudantes de nível socioeconômico baixo ou muito baixo, as dez mais bem colocadas escolas públicas do ensino médio estão no Nordeste. Ao todo, 15.640 instituições de ensino tiveram as notas divulgadas, nas quais 1.295.954 estudantes fizeram o Enem.
A Escola Estadual de Educação Profissional Padre João Bosco de Lima, de Mauriti, no Ceará, está no topo da lista, entretanto o Inep destaca o recorte em que essa lista foi feita.
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Segundo o ministro da Educação, Renato Janine, o Inep está propondo pela primeira vez rankings alternativos à listagem pelas maiores notas. "A primeira da lista não é necessariamente melhor, porque existem fatores externos que podem determinar isso.
E, do ponto de vista da prestação de serviço, se você quer mostrar às famílias qual a melhor escola para o seu filho, às vezes, a primeira da lista pode ser muito pequena e não ter vaga, ou ter uma política restrita de aceitação de alunos. Então, não é uma informação de serviço muito boa. Queremos aproximar o resultado do mundo real e ver a contribuição efetiva das escolas", disse.
Janine explicou que o Ministério da Educação está valorizando três fatores nessa lista. O primeiro é o porte das escolas. "Elas têm geralmente uma nota menor porque lidam com uma complexidade de alunos, que é o mundo real. A escola grande prepara melhor o aluno para o mundo real, mesmo que ela pontue abaixo.
Não podemos ignorar que uma escola pequena facilita o trabalho do professor, mas também forma um aluno menos apto a lidar com a complexidade crescente do mundo atual", disse o ministro.O Inep divide as escolas de um a 30 alunos, de 31 a 60 alunos, de 61 a 90 alunos e com mais de 90 alunos.
O segundo fator determinante é o de permanência do aluno na instituição. Segundo Janine, há escolas que excluem alunos que não apresentam bom rendimento e absorvem os bons alunos por processos de seleção para o 3º ano.
"Você excluir um aluno que está tendo notas ruins aumenta a nota da escola, mas também não é verdadeiro. Não está dando um desenho real de como a escola formou seus alunos, porque ela subtraiu informação", explicou.
O instituto divide as escolas pelo fator de permanência, entre aquelas que têm menos de 20% dos alunos que fizeram todo o ensino médio na instituição, e as que têm de 20% a 40%, de 40% a 60%, de 60% a 80% e de 80% ou mais.
O fator determinante para o ministro é o nível socioeconômico. "Uma escola com alunos mais pobres, ou mesmo miseráveis, vai ter uma nota inferior. Mas essa escola pode estar fazendo um trabalho educativo mais importante.
Ela pode talvez melhorar esses alunos mais do que aquela que já recebeu o aluno com muita formação e com nível socieconômico alto, apenas dando um pequeno avanço nele", explicou.

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